16 abril 2008

Pelo lado de dentro...


Estou presa a você, irremediavelmente, pela pele de dentro.
Presa ao teu existir, num escorrer doce e lento.
Estou presa a você... prisioneira dos teus dedos quentes.
Eu me rendo, eu me abro, eu me entrego aos teus dentes...
Ofereço-me às tuas línguas e me dispo às suas lentes.
O teu prêmio é meu gozo!
O meu prêmio é teu gosto!
Sou teu ardido, teu imaginário, teu escuro, teu silente.
Em ti derramo os meus bálsamos, os meus beijos delirantes.
Estou presa a você pelo eterno de um instante...
Desejo-te ofegante, num suspirar tenro e constante.
Estou presa ao teu escudo, ao teu corpo, ao teu nome.
Eu devoro o teu sonho, o teu proibido, a tua mágica, a tua fome.
Desejo-te ardentemente num querer insaciável que me consome.
E em todas as noites eu te chamo, te sorvo, te como, te invento.
E no meu sonho eu te toco, te proclamo, te desvendo... me contento.
Não há nada mais em mim que esconda o meu grito, o meu intento.
Estou presa a você, profundamente, pelo lado de dentro.