29 outubro 2007

Medo

Meu maior medo é viver sozinha e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinha, jantar sozinha e me esforçar em me manter ocupada para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinha depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranha e anti-social. Meu maior medo é não conseguir acabar um refrigerante sozinha. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é ficar escrevendo aqui, para não pensar em mais nada.
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Eu vou morar em você
e arreganhar todas as frestas
pra que o tamanho do seu abraço
seja também o da sua entrega.
E a gente vai viver de arredondar palavras,
de deixar traumas pra trás, sobre as calçadas,
de escrever poemas sobre flor
e acordar dizendo:
Bom dia, minha Margarida !!!
Bom dia, meu Girassol !!!
Boa noite, meu amor!
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Mesmo que tivesse sido só um beijo... ainda sim, valeria a pena...
E eu... faria tudo de novo.