27 outubro 2007

Abismos de mim

Porque fazemos nossas lacunas não do tamanho das nossas falhas, mas do tamanho das arestas do outro. E onde parece haver um ato de total coragem, pode apenas ser a nossa mais pura covardia. Porque a nossa aparente generosidade, pode somente dar a dimensão do nosso egoísmo, da necessidade de manipulação e senso de auto-importância. Porque descobrir que quem te ama não precisa de você, tinha que ser bom, mas o ego só deixa doer. Porque onde sobra amor pelo outro, pode simplesmente ser a falta do mesmo... por si próprio.
(Na maioria das vezes, quando alguém nos abandona, é porque já fomos embora de nós mesmos).
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O que dói em você, eu não sei.
Eu não cavei teus abismos de mim.
Fui teu abrigo, teu barco
e lua cheia iluminando caminho.
Você escureceu nosso afeto,
você minou nosso rio.
Pra eu ficar, só precisava do seu toque
um agasalho
você me deu esse punhado de frio.