30 janeiro 2008

Todo dia

Às vezes,
quase todo dia,
eu te imagino na minha frente
e dou um abraço no vazio.


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Nos meus desenhos infantis (que não evoluíram com a minha idade) nenhum dos meus personagens tinham os pés, o que mais tarde alguém que dizia ter lido tudo sobre Freud desvendou pra minha mãe:"Ela acha que todos os membros da família são pessoas incompletas..." Nunca pensei que se tivesse que ler Freud pra descobrir uma obviedade dessas. Na época eu não entendi, hoje percebo que quando criança eu já possuía minhas pequenas sabedorias. Tenho uma outra interpretação: talvez a falta dos pés fosse só uma forma de dizer que a incógnita pra mim eram os caminhos... ou, simplesmente, a dificuldade mesma que eu sempre tive para desenhá-los.