05 janeiro 2008

Entendo menos

Faço desse silêncio
A agitação da noite,
Que me eleva à lua
E que me trás o sono,
Tranqüilo, nevado e suspirável.
O sono dos amantes
Mal amados e dos poetas
Que mal viveram.
Faço desse silêncio
O meu aconchego,
Da vida cheia,
de lua cheia,
De campos cheios
De verdes mares.
Nessa constante transformação
Do querer mais,
Pois o muito pra mim é pouco
E o pouco, é um pouco demais.
Faço desse silêncio
Meu centro de idéias fixas
Que transmito no palco.
A transmissão ao vivo
Traz-me a verdadeira
Razão de continuar a viver.
Entendo-me menos a cada dia
E isso é ótimo.
Entendo menos o meu coração
E isso também é ótimo.
Entendo menos a vida
E isso é frustrante.