Todas as flores precisam de ser tratadas, acariciadas, para que as suas pétalas não voem com uma simples brisa. Para que cresça, para que possa partilhar o seu suave toque, a sua suave essência. Para que o sol a aqueça, para que não murche...
Eu só queria ser a florzinha dele...
Cresci como mulher, como pessoa, como ser humano. Sou hoje uma mulher sensível às coisas simples da vida, vivendo e ajudando a viver, procurando que o dia de hoje seja melhor do que o de ontem, tentando não perder a esperança, procurando não me perder quando os caminhos se entrecruzam. Mas continuo uma menina. No meu peito bate um coração por vezes infantil, saudoso dos tempos em que corria pelo jardim, em que brincava de balanço, cada vez mais alto, pensando que alcançaria o céu.
Sinto-me ainda uma menina quando choro frente à televisão, quando me falam mais alto ou quando me sinto injustiçada, da mesma forma que me repreendiam na escola, quando eu não tinha feito nada. E não consigo conter as lágrimas, como uma menina, que tenta ser grande. Ainda fico com um nó na garganta e as palavras presas com receio de magoar alguém, de que possa ser mal interpretada.
Continuo uma menina, com medo do escuro, por vezes assustada com o papão que agora já tem nome: o amanhã. As minhas mãos ainda tremem e hesitam perante situações novas, o coração bate descontroladamente, dou por mim sentanda num cantinho da minha casa para que ninguém se lembre de me assustar. Menina e mulher... Tantas vezes uma menina assustada, outras tantas uma mulher destemida.
Exe, é u plimelu anzinhu qui u Pedro mandô pá mim um dia... tudu qui eie faxia era tuuuuuuudu lindinhu.
...agola exa nenê é eu tomanu banhu.