22 outubro 2007

Intensa

Se eu não fosse tão intensa,
Eu não teria essa fome, essa urgência,
Não teria essa sede embrulhada numa emergência,
Me pedindo
Se eu não fosse tão intensa,
eu dormiria em paz uma noite inteira,
(talvez um pouco mais)
Sem me arder o corpo em febres e
desejos de inícios conjugais
Eu não surtaria de abstinências.
Ah, se eu não fosse tão intensa
Eu não devoraria com os olhos,
meu corpo não gritaria o desejo
Minha boca até negaria um beijo.
Se eu não fosse tão intensa,
Eu não umedeceria os lábios
numa prévia de aconchego
Não vibraria em ouro e dor
No anseio do seu beijo
Se eu não fosse tão intensa
Eu sempre teria um outro pretexto.
Eu me encaixaria em outro contexto...
Mas se eu não fosse tão intensa...
Eu não seria esse texto.
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Ele é mais contido, cuidadoso nos gestos, fala pouco e quase não se derrama.
Às vezes me olha cheio de encantamento e, prestes a pronunciar a tal frase de impacto, desiste no primeiro impulso do momento exato.
E quando saía de órbita, escrevia um poema sem título.
Eu sou doce e ardente, esparramada na fala, exagerada no toque.
E tem dias que me humilho à ele por um pouco de atenção.
E do poema inteiro, sempre prestava a atenção no título ausente...
Dentro de tantas expectativas, seguiámos nos amando desajeitadamente: Ele de um jeito delicado porque não precisava de mim... E eu, toda encantada, o amando loucamente.
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Só uso a palavra para compor meus silêncios.