04 agosto 2007

Estrelas nos olhos


Há dias em que acordo com dez anos, o cabelo despenteado e os olhos a brilhar como duas estrelas. Podes não estar ao meu lado, mas sinto sempre o teu cheiro. O ar enche-se de açúcar em camadas invisíveis que se espalham por todos os cantos. Às vezes, estou distraída, mas não me importo, faço tudo devagar, com a doçura e a sabedoria de uma eterna apaixonada que vive a sonhar, que viaja para outras cidades em sonhos, que adivinha o futuro melhor do que qualquer cartomante, que imagina que cada dia ao seu lado, é como um dia perfeito da vida. Você Pedro, é o meu amor perfeito. Você tem um coração onde cabe o mundo inteiro, gostas de ler e de rir e os teus amigos dizem que és o melhor amigo do mundo. Andas de ténis e de calças com bolsos, tens uns olhos lindos e o corpo perfeito. Me apaixonei por você por vários motivos, entre eles, é porque você nunca será um senhor de fato e gravata, nunca será um metido administrador de um banco, e nunca chegaria a casa com cara de chato, como fazem aqueles homens que deixam crescer a barriga, andam de pantufas e passam horas colados aos canais de desporto. Tu és o meu amor perfeito, que me deu tudo o que ninguem havia me dado, que me escreveu poesias, que me deu a mão na rua, que me abraçou na frente das pessoas, e que me levou para a cama sem hora marcada. Tens um sorriso enorme e sempre que olhava para mim, sentia uma fábrica de borboletas no estômago e tinha vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo, porque soube fazer-me a pessoa mais feliz do mundo. Não sei em que país vives ou de que planeta desceste, mas tenho a certeza que vives na terra e que, tal como eu, sonhas com um amor perfeito, feito de paz e de açúcar, um amor seguro e tranquilo que a distância não mata nem o silêncio consome. Pode ser que meus sonhos, um dia, quem sabe, te torne mesmo verdade e um dia destes eu te abrace do meu jeito forte e que nunca mais vou vê-lo ir embora. Mas, mesmo que nunca venhas, és o meu amor perfeito, a imagem idealizada do que desejo e mereço, o sonho que me faz acordar e sentir-me outra vez com dez anos, com estrelas no olhos e o coração cheio de açúcar.
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Não tenho inimigos