30 agosto 2007

Arrependimento, jamais !!!



Outro dia, conversando com uma colega, ela me contava sobre o término de seu relacionamento. Falava sobre o quanto estava triste, o quanto havia ficado angustiada e decepcionada com a conversa que tiveram quando ele decidiu romper com a ela. Como é de costume, percebi que aquele desabafo servia para que ela se sentisse um pouco melhor, afinal, num momento como esse, tudo o que desejamos é um pouco de amparo e acolhimento daqueles que gostamos e em quem confiamos. Tentei fazer isso. Mostrar o lado bom da situação. Ponderar sobre o que estava acontecendo há algum tempo entre eles e que não vinha fazendo bem a nenhum dos dois e tal. Nossa conversa seguia muito bem até que ela fez um comentário – infelizmente, não tão raro quanto eu acredito que deveria ser. Como a maioria das pessoas faz após uma briga ou um rompimento, ela também se queixou de um comportamento que teve diante dele, enquanto a delicada e dolorosa decisão era tomada. Disse que de tudo o que acontecera, do que mais se arrependia era de ter chorado, de ter demonstrado o quanto gostava dele e o quanto seria difícil esquecê-lo. Lamentou-se por ter sido tão "fraca" e por ter deixado que ele "saísse por cima" da situação. Por alguns instantes fiquei pensando se deveria manifestar a minha opinião – tão contrária à dela – naquele momento, ou se deveria deixar para um momento menos emocional. Mas concluí que, justamente por estar tão mobilizada, talvez fosse aquela a hora de perceber o quanto a transparência e a manifestação do coração eram importantes e humanas. Comecei questionando por que será que a maioria das pessoas acredita que demonstrar um sentimento verdadeiro, expor o coração e especialmente chorar diante do outro é ser fraco, é ser um perdedor, é ficar por baixo, inferiorizado e diminuído? Não seria exatamente o contrário? Será que inverter as aparências é realmente um sinal de fortaleza ou de superioridade? Será que erguer os escudos e apontar as armas ao outro é realmente a melhor maneira de nos sentirmos bem, aliviados e satisfeitos diante de uma circunstância onde, na verdade, o coração está sangrando, doendo, sofrendo?
Bom, para mim, compreendo que, a cada dia mais, é que um coração – diante de outro – se rende quase que inevitavelmente, desarmado pela sutileza de sua grandeza, de sua verdade. Ou seja, quase sempre que demonstramos o que realmente estamos sentindo, seja este sentimento recíproco ou não, o outro não se atreve a nos machucar mais. Muitos de nós somos dotados de uma inteligência afetiva que nos faz reconhecer a coragem de alguém que, apesar de seu medo, se despe de seu orgulho, de sua arrogância, deste desejo mesquinho de querer parecer "o vencedor", e simplesmente é gente, com todas as limitações que esta condição lhe confere.
Porque quando baixamos o tom de voz, embargada por uma dor que é intransferível, quando não nos escondemos atrás de frases-feitas, de acusações incessantes e de uma postura medíocre e artificial, o que fica à mostra é uma alma que segue seu destino com humildade e dignidade, e um coração que se recusa a andar na contramão!


Eu não me arrependo de ter te exposto meus sentimentos por você, meus sorrisos e lágrimas por você sempre foram verdadeiras, carregadas do mais profundo sentimento. Também não me envergonho de falar do meu amor aqui, ou em qualquer lugar, toda mulher que for capaz de reconhecer o menino lindo que você é, não terá receios, nem vergonha de dizer aos quatro cantos, que é impossível não ser louca por você.
Tem que ter muito peito para demonstrar o sentimento tal como ele é.