06 julho 2008

Subsistindo...

Na brecha dos meus suspiros pela falta de tempo, observo a moleza do dia, enquanto caminho apressada pra minha mais nova ocupação. No meu coração, às vezes um frio, um vazio do tamanho do sol. Na hora do almoço, caminho porque só sinto fome quando não devo. E todos os dias eu só sei dar notícias digitando uma mensagem pessoal. No final do dia, volto rápido pra casa escutando o barulho dos carros, cheia de vontades... Não tenho tido tempo pra dramas emocionais nem pra leituras românticas. Tenho sido prática, minhas leituras dinâmicas e isso é hostil demais pro meu lirismo. A lascívia me ataca toda noite, quando só tenho uma hora curta antes do sono pras minhas segundas intenções não agendadas. (É quando deveria ser minha maior hora de almoço). Por isso esse coito interrompido pelos dias úteis sem utilidade. E custo a perceber que, pra quem queria enlouquecer, a responsabilidade e o juízo só atrapalharam.
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(Enquanto subsisto, que ao menos minha poesia sobreviva a isto.)