19 fevereiro 2008

Do peito pra dentro


Sabes que podes escolher e que a escolha não e fácil. Sabes que não vais esquecer e se mudares a imagem vais te afundar ainda mais. Sabes que podes viver nessa verdade mas que ela não e real. Sabes que tens um mundo a espera e preferes esperar pelo teu mundo. Sabes que fugir não é solução e sabes que encarar perfura os sentimentos. Sabes que podes ser feliz. Com essa imagem, com essa ideia de perfeição, com esse reflexo do impossível. Cheiras uma flor, e sabe te a primavera. Comes uma castanha e sentes o Outono. Aproximas te do mar e cheiras o verão. Sentas te junto da lareira e saboreias o Inverno. Sim é isso tudo no teu mundo imaginário. Agora acordas. Olhas para a janela e vês o mundo real. A primavera desce com a lágrima do teu rosto. O Outono ouve se com o teu grito de desespero. O verão sente se com o teu pedido de socorro. O Inverno murmura o fechar dos olhos. Sabes o que ela sente? Sente q necessita de gostar, sente que não quer gostar mas que e' isso que a completa, sente que podia gostar de uma estrela mas gosta de um meteorito, sente que podia ser feliz mas não o é porque gosta!
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Não sou a areia onde se desenha um par de asas ou grades diante de uma janela. Não sou apenas a pedra que rola nas marés do mundo, em cada praia resnascendo outra. Sou a orelha encostada na concha da vida, sou construção e desmoronamento, servo e senhor, e sou mistério. A quatro mãos escrevemos este roteiro para o palco do meu tempo: o meu destino e eu. Nem sempre estamos afinados, nem sempre nos levamos a sério.