27 janeiro 2008

Queria

Sabe eu tenho um amor asfixiante que não me dá espaço para pensar, um amor que me dá vontade de berrar até a garganta sangrar. Que me dá vontade de estiletar o braço com o nome dele. Um amor que eu queria que escutasse chamando seu nome de cidades à distância e acalmasse o caos do universo com um simples abraço dele. Um amor cujo beijo me dá frio na barriga. Que me dá dor de cabeça de tanto pensar nele e que essa dor só pararia com um beijo dele. Queria que ele morresse de ciúmes de todos meus amigos e me xingasse toda vez que eu ficasse insegura. E que me curasse essa insegurança com um simples olhar ou demonstração de afeto. Que me instigasse a tatuar seu nome por lugares espalhados do meu corpo, que pertence só a ele. Que me fizesse comprar seu perfume, e usá-lo em todas as minhas roupas para cheirá-las e senti-lo quando ele não estivesse comigo. Que me fizesse escrever poemas e músicas intensas explicando por A+B porquê de ele ser a razão da minha vida. Que quando lesse se calasse e quando eu menos esperasse, falasse que me amava. Queria que ele escolhesse minha roupa e penteasse meus cabelos. Que me fizesse cozinhar um jantar a luz de velas com vinho branco e existisse sobre trilha sonora sedutora. Que eu pudesse contar todos os meus segredos mais íntimos e irreveláveis sem medo de julgamento. Que me fizesse escrever cartas quilométricas. Que com ele, eu pudesse tomar banho de espuma, sair do banheiro nua e assistir filmes debaixo do cobertor no quarto refrigerado. E que o ar condicionado nos deixasse doentes para cuidar um do outro. Fazesse com que eu desse comida na boca, lambuzasse de sobremesa e depois lambesse o corpo inteiro. Com que eu tirasse milhares de fotos para poder fazer uma parede dos nossos momentos. Com que todos os dias fossem diferente, que todos fossem como a primeira vez. Queria ter asas e dividi-las com ele e quando ele não estivesse por perto me fizesse cair. Queria o meu amor pelo qual eu pudesse morrer, para tornar lindo o ato do meu viver.