27 dezembro 2007

Daí então né....

Tive um namorado por volta dos 18, 19 anos, minhas amigas ( quase todas ) davam em cima dele, ele era cobiçadíssimo por muitas meninas, eu sinceramente não sei o que elas viam nele, pois o que elas chamavam de “gostosão”...eu não via nada mais além de um cara gordo! Fui pedida em namoro por ele, achei estranho, afinal ele tinha uma cidade toda para escolher... Não aceitei de cara não, demorei, enrolei para responder, fugia dele... por fim ele foi cativando e acabei aceitando... Ele cativou todos meus amigos, família, tudo... eu era desconfiada, os primeiros 3 meses ele vinha quase todos os dias me ver, depois passou a me fazer esperar por ele, marcava e não vinha... Eu esperava que nem uma palhaça, e nem telefonema eu recebia para me avisar... Como sou apegada à todos esses detalhes que muitos não dão importância ( como um telefonema, por exemplo... ) eu me magoava, me entristecia profundamente, quando ele aparecia, sempre tinha boas desculpas... Uma delas foi que ele havia quebrado o pé... historinha que com o tempo acabei sabendo que ele chegou a fazer uma tala de gesso só para ter uma desculpa para não sair comigo, não vir me ver, e quando eu virava as costas... ele tirava essa tala, e saía sabe-se lá com quem...
Um dia, ele marcou de vir me ver, eu fiquei toda arrumada esperando, fiquei horas plantada no sofá da minha sala, estava próximo da meia noite e nada dele... fiquei preocupada, pois ele sempre ficava doente ( estar com alguma dor, era umas das desculpas que ele tinha sempre, das quais eram todas mentira), aí então, achei que ele poderia estar muito mal, piorando, enfim... eu sempre estou me preocupando com as pessoas... e peguei o carro e fui até lá na casa dele... no meio do caminho vi o carro dele parado em um jardim, do lado mais escuro do jardim, onde era cheio de arvores e que era preferido dos casais de namorados... não deu outra, parei o carro do outro lado da rua, e desci e fui até lá... eu tremia, eu estava com o coração na mão e com vergonha de tudo, pois haviam outros carros com outros casais ali perto... mas fui até lá, já tendo a noção que iria ver meu namorado com outra mulher, cheguei bem perto, o carro estava quase que todo embaçado, bati no vidro da janela do motorista... “ele” deu um pulo, se assustou, mas maior foi o meu susto... não era uma mulher que estava com ele, era um HOMEM!!!
Tempos depois namorei com um grande filho da puta daqui, fingido, mentiroso, e oportunista, desse eu tenho nojo mais ainda de lembrar... Passei quase 10 anos sendo maltratada, e na frente dos outros ele fingia, disfarçava tão bem, que enganava à todos... Nunca consegui pegar ele com outra, mas indícios tive vários, ou melhor dizendo... CENTENAS, mas não tinha provas... Tentei largar dele desde o começo para dizer a verdade, mas não sei qual era o problema dele, que me perseguia, se fazia de coitadinho, etc... Com o tempo, até passei a pensar “coisas”, afinal, namorei quase 10 anos com um cara que posso contar nos dedos quantas vezes ele me tocou... Questionar isso, ou qualquer coisa era proibido, eu ouvia um monte de coisas se tocasse em qualquer assunto relacionado à isso, eu terminava tudo com ele TODOS OS DIAS, mas no dia seguinte o MERDA fingia que nada tinha acontecido, ou se fazia de bonzinho para eu ficar com pena... Esse, me bateu várias vezes, sem eu ter feito nada, aliás, eu não podia discordar dele, senão corria o risco de levar um tapa!

Eu não tenho sorte no amor!

Eu deitava na minha cama, e ficava olhando horas para o teto, desejando ter alguém que fosse como eu, ( não preciso me descrever aqui, quem me conhece sabe como sou, ciumenta... mas muito amorosa e cuidadosa com as pessoas), e sentia que um dia eu iria ser feliz, e pedia isso à Deus sempre, para que colocasse no meu caminho, em minha vida, o homem que me fizesse feliz e que eu pudesse fazer feliz também. Aí ele surgiu, de uma forma diferente, mas surgiu! Eu descobri que pode-se amar sem ter ainda tocado no corpo, e que tocar o corpo é um complemento que quando ocorre só nos leva a ter certeza do que sentimos pela pessoa. Que podemos ser fiel e verdadeiro, mesmo não tendo a pessoa pertinho da gente, e que não há distância quando se ama, na verdade a gente nem sente a distância ( digo a de kilometros ), e que a presença da pessoa é uma constante na nossa vida, pois tudo que fazemos se torna mais lindo, com mais carinho, com mais amor, porque o nosso coração está feliz, porque tem quem se ama ( mesmo tendo da forma que tive ). Ah, deixo claro que não fui amante, fui namorada, não quero nem saber de explicar de que jeito fui namorada, mas fui! Ele me pediu em namoro, era pelo msn, mas pediu, e não foi uma vez não, foram duas, e pediu certinho, eu até assinava os e-mails como “ sua namorada Regiane”... Bom... Aí você descobre que passou por coisas em sua vida, simplesmente para ficar guardada para alguém especial, alguém que você poderá escrever coisas em papeizinhos de carta perfumados e entregar com todo carinho, e ver no rostinho da pessoa que ele ficou contente, mesmo sendo simples, e que os detalhes que eu dou importância, ele também dava, e então a gente pode ser a gente mesmo, sem regras ou fingimento, ou qualquer coisa do gênero, para poder agradar o outro, pois na verdade, tudo entre os dois se agrada espontaneamente.
Mas um dia, a pessoa te deixa, e sua vida volta para a solidão que sempre foi, e ele muda com o tempo... ou tenta enganar a si mesmo que pode ser feliz vivendo por viver, que pode se satisfazer virtualmente com pessoas que não se importam com ele, e que nunca reconhecerão quem ele é de verdade. Por detrás de um homem que finge para as pessoas, tem uma pessoa encantadora, que eu sei como é, que chora, que sorri, que brinca, que tem ciúmes, e um coração e mãos doces...
Hoje ele é muito ocupado, PARA MIM, pois sabe que eu sei quem ele é de verdade, e que eu não brinco com os sentimentos de ninguém e que quando falo do meu amor, é porque amo mesmo.
Deste mundo virtual, tenho esta página. Não fico atrás de conversa fiada ou ilusões virtuais, enganando pessoas e se enganando para ver se consigo preencher o vazio que ficou. Apesar de tudo, com todo avanço tecnológico, não acredito que tenha quem preste em salinhas de bate-papo, e precisa ser muito frio para não conseguir envolver sentimentos, e mentir sobre si mesmo também não é digno de caráter...
Eu não sou assim, prefiro deixar minha net ligada, e ficar deitada na minha cama, sozinha no escuro do meu quarto, na esperança de uma única pessoa um dia resolver aparecer e me dar atenção que me dava, do que enganar a mim mesma com falsos elogios de gente que por detrás de uma tela que está com certeza zombando de você. Isso sim é fantasia, ilusão... E NÃO EU!

Não sei onde o Pedro está, ele não fala comigo, não sou correspondida, todos sabem disso... Mas ele pensa como eu, ( pelo menos pensava ), e ele é verdadeiro, e eu sou real.