09 setembro 2007

Tenho duas asas que voam pelas minhas veias...


Aqui estou, sem passado e sem futuro, sem forma e sem presença num desvairado silêncio de voz perdida. Sou a virgem, sou a puta, sou todas, sou ninguém. Que a noite morra sem a visão do dia. Que o dia nasça sem a visão da noite. Que o leitor se suicide sem perder a virgindade do momento.


Coração é terra que ninguém vê
Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.
Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.
Semeador da Parábola...
Lancei a boa sementea gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão
Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração.
Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia.
Porta fechada,
foi que encontrei...


Só de lembrar no Pedro meu coração bate mais forte....
Numa tarde, ele encostou o ouvido dele em meu peito, e escutava as batidas do meu coração que estavam num ritmo intenso, devido a presença dele ao meu lado...
Ele disse de forma carinhosa, que as batidas diziam o nome dele... Achei lindo ele dizer isso, afinal é exatamente ele o causador do ritmo descompassado do meu coração...