03 setembro 2007

Dedos do silêncio

Vem libertar-me das garras do medo
Deixe meu coração amar
Aperta-me nos seus braços
Vem me tirar deste mar de lama
Tornar minhas asas brancas outra vez
Arrancar a máscara negra de minha alma
Resgatar-me deste abismo
Onde por tanto, tanto tempo
Espero por você.
Vem trazer a luz pra minha vida
Vem curar toda a minha dor
Afastar os dedos do silêncio dos meus cabelos...
E as garras da solidão da minha vida...
Vem me chamar de amor
E tomar meu corpo como seu...
Possuir o meu corpo e a minha alma
Que a outro nunca pertenceu...
Vem resgatar minha vida
Que para o mundo quase morreu
Vem salvar essa criança
Que nas trevas tanto tempo viveu
Vem amar este anjo perdido
Que até hoje somente sofreu
Vem resgatar meu lado bom
Que o sofrimento e o tempo
Dentro de mim escondeu...
Vem... Que eu tenho para te dar
Um amor que sempre vai ser teu...

Este exercício inquieto e longo
Que me impele a buscar tua imagem na lembrança
E que eu pratico uma, cem, mil vezes se preciso
Entre camadas de sombras e ausências
Me escapa pelo corpo e vai formando estranha pradaria
Na qual, eu te rumino em silêncio.